segunda-feira, 15 de maio de 2017

Você que é técnico, NÃO procure APENAS por vagas em ROV.


Prezados leitores, bom dia!

Pouco tenho à falar sobre ROV, nos últimos meses.

As novas vagas, no Brasil, praticamente não existem. No mundo tem surgido muito poucas. E estas, possuem uma disputa acirrada. As empresas estão podendo escolher, dentre 100, 200, 300 CVs diferentes, um único candidato. Este, normalmente, é jovem, com pouca experiência, e que aceita receber salários cada vez menores.

Até o ano de 2014, era comum um piloto, com 1 ano de experiência, conseguir receber uma diária em torno de U$ 500, num contrato internacional. Hoje paga-se 3/5 disso, e o candidato fica satisfeito. Além disso as exigências são imensas.

Normalmente, para contratos internacionais, o mínimo exigido é:

- 150 a 200 hr registradas no logbook do IMCA;
- Vários cursos como OGUK (UKOOA) e BOSIET, para dizer o básico;
- Experiência comprovada no veículo que irá trabahar.

Enfim, está muito difícil.
E quando se consegue achar uma vaga, impossível cumprir os requisitos.



ENTÃO, o que fazer??

Como eu tenho dito neste blog, com o passar dos anos, o meu conselho para os candidatos que já possuem CREA de técnico, nas seguintes áreas:
- eletrônica;
- eletrotécnica;
- mecânica;
- eletromecânica (mecatrônica);

Também devem procurar OUTRAS vagas ... e não ficar restrito, APENAS, às vagas de ROV.

Existem vagas de manutenção, em diversas outras empresas offshore, que não estão ligadas ao ROV.
Desta forma, vc expande seus horizontes, e a busca torna-se menos desgastante.




Sei que há empresas vendendo cursos de formação em equipamentos submarinos, e ROV.
E eu não estou aqui para aconselhar a NÃO fazer. Pelo contrário! FAÇAM !! ESTUDEM !!

Estudo e conhecimento são sempre importantes. Algo que NINGUÉM irá te roubar!
Se vc tem condições financeiras faça! Se vc é jovem, sem experiência... faça!
É na época de crise que devemos aperfeiçoar nossos conhecimentos.

Só quero que saibam que estes cursos NÃO te dão garantia de vaga de trabalho.



Eu só não aconselharia o curso para aqueles candidatos, acima de 30 anos, e que agora querem mudar de área, perseguindo seus sonhos de um dia trabalhar com ROV.

Não se iludam. Isto será muito difícil, nos dias atuais.



Pois como falei, as empresas estão dando oportunidades novas, apenas aos mais jovens, que aceitam ganhar menos, e que não tenham experiência.

Sei que vocês NÃO ouviram ninguém dizer isto, mas é a verdade, nua e crua. Não há o que esconder.
A realidade está muito dura!

Não percam a fé!
Até breve!

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Se tivesse o conhecimento que tem hoje quando fosse escolher sua área, qual escolheria?

    ResponderExcluir
  3. Prezado, boa tarde!

    Em primeiro lugar, desculpe-me pela demora nesta resposta.

    Sua pergunta é muito profunda, e inteligente. Vou tentar responder à altura.

    O conhecimento que adquirimos, ao longo da vida, é uma das poucas, senão a única coisa que levamos para a eternidade. Sendo assim, este conhecimento é uma dádiva... um presente, para quem sabe procurá-lo.
    Desta forma, eu continuo buscando esse, e outros... sempre, de forma contínua... pois eu confio naquela máxima que diz: " Quanto mais sei, mais sei que nada sei!".

    Com relação às escolhas, eu te digo que optei por algo que gostava de fazer, e não pelo valor que pagava de salário. Então sim ... eu continuaria escolhendo esta, como uma das minhas profissões, da mesma forma que abracei a Engenharia elétrica, a computação ... e tudo que tem relação com tecnologia.

    Infelizmente, conforme eu já comentei em outros posts, mas de forma atual, é uma área onde não há perspectiva de abertura de novas vagas. Pelo menos no atual cenário mundial.

    Boa sorte à todos!

    ResponderExcluir
  4. Querido José Dantas, primeiramente gostaria de parabeniza lo pela iniciativa do blog e da riqueza de informações contida no mesmo.

    Sou técnico civil com CREA, com aperfeiçoamento em dutos terrestres e estou cursando téc em eletromecânica.

    Não tenho a pretenção de fazer o curso de Rov, mas sempre desejei trabalhar no ramo offshore.
    Tenho 14 anos de experiência em manutenção eletromecânica porém em ferrovia.

    Tenho 43 anos e Minha pergunta direta e sem medo da resposta é:
    O sr acredita que as empresas de manutenção (mecânica, elétrica ou eletromecanica offshore, recrutaria uma pessoa na minha idade, quais são as reais condições ou possibilidade de isso acontecer?

    Teria uma outra área de atuação com mais possibilidades na minha idade?

    Desde já lhe agradeço atenção e parabéns.
    Grande abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Infelizmente eu não trago boas notícias: não há época pior para se entrar na área de ROV.

      Eu mesmo consegui entrar na área , como Piloto de ROV, em jan/2011. Estava com 49 anos na época.

      Após a crise de corrupção de 2014, os contratos de ROV começaram a diminuir. A Petrobrás começou a cancelar o início de perfuração de novos poços. Somente os que já estavam em andamento, continuaram.

      As empresas começaram a demitir.
      Só na empresa que eu trabalhei, a Subsea7, 20% dos pilotos foram demitidos, em 2015. E a cada ano que passava, outros 20 %, todos anos.

      Nem eu, nem ninguém que foi demitido, conseguiu retornar à área, por outra empresa. E todos com mais de 40 anos, e mais de 5 anos de experiência nesta área.

      Nos outros países do mundo, a queda foi a mesma, pois os custos de produção do barril estão mais altos que o valor da "Commodity" no mercado externo. Esta crise é mundial, e não tem nada a ver com Brasil.

      Sendo assim, desde 2015, não há época pior para se tentar entrar no ROV.

      Desde então venho tentando retornar, sem sucesso.
      E olha que eu tenho 2 CREAs. Sou engenheiro e técnico. Mesmo assim, nada.

      SIM, a idade, aqui no Brasil, é um fator de impedimento, quando se quer trabalhar. Enquanto que na Europa os funcionários com mais experiência são preferidos, aqui são PRETERIDOS. Querem apenas jovens, que aceitam trabalhar por qualquer valor.

      Vou me virando com subempregos onshore que não pagam bem. Empresas pequenas estão em dificuldades até para pagar os funcionários em dia.

      Continue estudando, pois educação e conhecimento, ninguém nos tira!!
      Porém, não foque apenas no ROV. Tente todas as oportunidades que aparecerem. Eu diria que vc tentasse, como eu, TODAS as empresas de manutenção offshore, de uma maneira geral.

      Pode ser que em 2019 as coisas melhorem.
      Contudo, é apenas uma perspectiva, uma esperança.
      Desculpe ser tão direto. Não há outra forma de falar, senão, com sinceridade.

      Espero ter ajudado!
      Boa sorte! Boa semana!
      E que todos nós tenhamos um ano de 2019 com novas oportunidades de trabalho!

      E LEIAM TODAS AS POSTAGENS AQUI DO BLOG, pois tem muita informação valiosa, ao longo destes anos de crise.

      Excluir