Neste capítulo explicarei o que uma pessoa leiga precisa saber e ter para entrar na área de ROV. Bem, existem algumas pequenas variações, entre as empresas do setor. Algumas exigências são comuns à todas:
-A pessoa precisa ter curso técnico concluído, com CREA ativo, numa das seguintes áreas: eletrotécnica, eletrônica, mecânica, eletromecânica ou mecatrônica. Outros cursos técnicos NÃO são aceitos;
-Conhecimentos em informática;
-Nível, pelo menos intermediário, no inglês falado e escrito(algumas empresas fazem provas e redação em inglês, outras não).
Estes são os requisitos básicos. Porém existem outros aspectos pessoais que devem ser levados em conta, e quase ninguém pensa, antes de se decidir à mudar de vida para a área offshore. Vou citar alguns:
- A vida offshore é de difícil adaptação. Você vai ficar longe da família por muito tempo. Vai conviver com pessoas estranhas, por longos períodos. Não vão existir mais prioridades familiares. Dependendo da unidade que você estiver, nem contato com a família é satisfatório. Não existe a possibiliddade de " ficar pendurado no telefone para matar a saudade da namorada, noiva ou esposa".
- O trabalho à bordo é cansativo. Se fizer "corpo-mole", ficará mal visto. As variações climáticas, o balanço dos barcos, os vôos de helicóptero, 12 hrs de plantão que podem ser na madrugada chuvosa ... enfim ...para tudo isso tem que ter estômago forte, saúde em dia, e sem medo de trabalho braçal ... pois reterminação de cabo armado, lubrificação de cabo, e manutenção de guincho são alguns exemplos de trabalhos nada leves.
Não é à toa que vários funcionários desistem da profissão, após o 1º embarque... ou após uma série de embarques, onde ele vai perceber que a vida não fica mais fácil depois da 1ª vez.
Para terminar, uma dúvida que muitas pessoas têm, é:
Além do curso técnico, é exigido algum outro curso, para ser aceito nas empresas de ROV ?
Resp. NÃO.
Precisa fazer curso de ROV? Curso de piloto de ROV? Ou curso de Operador Trainee de ROV ?
Resp. NÃO.
As empresas somente exigem o CREA, e TODOS os outros cursos que os candidatos não tenham, elas fornecerão, após a contratação.
Logicamente se você tiver capital sobrando para investir num curso de ROV ( de R$ 1.500,00 à R$ 3.200,00- nos valores de junho/2011), será um diferencial. Os cursos são caros. Alguns MUITO BONS !! Eu mesmo fiz um curso de ROV, mas este NÃO me garantiu vaga em nenhuma empresa. Serviu sim para que eu ficasse com ótima bagagem teórica, e tomasse a decisão final de entrar para a área de ROV.
Outros bons investimentos são: - Continuar à estudar as matérias do curso técnico que vc fez, pois a prova técnica é de alto nível. A pessoa que não estuda, e não coloca seus conhecimentos técnicos em dia, NÃO consegue passar. Normalmente SOBRAM vagas, depois das provas de conhecimento técnico.
- Estudar inglês também é fundamental. Mesmo que não seja exigido, pela empresa, vc vai encontrar muitos colegas de trabalho, estrangeiros. O que você vai fazer se teu chefe for um australiano?? Vai chorar? Pedir para sair? Gaguejar e falar um inglês " macarrônico"? "Pelamordedeus" ....Tenha brio .... :)
Eu já tive 1 chefe australiano, no terceiro mês de empresa. E foi um desafio que eu venci!!
Até o próximo assunto! Boas operações à todos!
segunda-feira, 27 de junho de 2011
domingo, 12 de junho de 2011
O que é ROV? Como surgiu? Onde e porquê é utilizado?
ROV é a sigla de Remotely Operated Vehicle . Traduzindo para o português, é um veículo submarino de operação remota. Ele surgiu nas pesquisas militares, para ser utilizado em observações submarinas. Foi criado sem tripulação, por comandos remotos, para que seu custo fosse reduzido ao mínimo, se comparado a um submarino convencional.
Fora da área militar de pesquisa e defesa, ele chegou como única solução comercial viável para a indústria petrolífera avançar, há 20 anos atrás. No início das explorações de petróleo, as perfurações eram feitas apenas em águas rasas. A profundidade era de até 300 metros. A operação podia ser acompanhada por mergulhadores, que faziam os serviços de observação e intervenção nas linhas, dutos e equipamentos. O mergulho sempre foi, e continua sendo, um serviço de altíssimo risco, considerado o MAIS PERIGOSO do planeta. A medida que a profundidade aumentava, a partir de 100 mts, os serviços de mergulho ficavam cada vez mais caros e perigosos. Até hoje, o limite comercial para o mergulho, continua sendo de aproximadamente 300 mt.
Porém a indústria precisava e queria ir cada vez mais fundo...As lâminas d'água, para a perfuração, continuaram a ficar mais profundas, e os mergulhadores não puderam acompanhar. Foi neste cenário que a máquina substituiu o homem, onde este não podia mais estar. E os motivos foram apenas esses dois: CUSTO E SEGURANÇA.
*cabe aqui um comentário: neste caso não foi um simples desejo de substituir 1 classe de trabalhadores tão respeitada ( pelo menos por mim), como a dos mergulhadores. No início foi uma transição difícil, mas hoje eles compreendem melhor que as mudanças eram inevitáveis. A substituição foi feita porque eles não podiam alcançar as profundidades de 1500, 2000, 3000 mts, muito comuns hoje em dia, nas operações envolvendo os ROVs. Em águas rasas, seus serviços continuam sendo muito utilizados*.
Existem muitas outras utilidades para o ROV, contudo, como eu trabalho na área de petróleo, este será sempre o foco principal deste meu blog.
O interesse que me levou à escrever sobre isto, foi o fato de eu nunca ter encontrado nenhum material a esse respeito, na língua portuguesa, durante os 18 meses que pesquisei, até conseguir entrar nesta área. Ao longo deste desenvolvimento, farei menção às fontes de pesquisa que eu encontrar no exterior. Na próxima postagem contarei um pouco sobre como descobri e decidi dedicar minha vida profissional ao ROV. Até breve! Boas operações!..[]´s
Fora da área militar de pesquisa e defesa, ele chegou como única solução comercial viável para a indústria petrolífera avançar, há 20 anos atrás. No início das explorações de petróleo, as perfurações eram feitas apenas em águas rasas. A profundidade era de até 300 metros. A operação podia ser acompanhada por mergulhadores, que faziam os serviços de observação e intervenção nas linhas, dutos e equipamentos. O mergulho sempre foi, e continua sendo, um serviço de altíssimo risco, considerado o MAIS PERIGOSO do planeta. A medida que a profundidade aumentava, a partir de 100 mts, os serviços de mergulho ficavam cada vez mais caros e perigosos. Até hoje, o limite comercial para o mergulho, continua sendo de aproximadamente 300 mt.
Porém a indústria precisava e queria ir cada vez mais fundo...As lâminas d'água, para a perfuração, continuaram a ficar mais profundas, e os mergulhadores não puderam acompanhar. Foi neste cenário que a máquina substituiu o homem, onde este não podia mais estar. E os motivos foram apenas esses dois: CUSTO E SEGURANÇA.
*cabe aqui um comentário: neste caso não foi um simples desejo de substituir 1 classe de trabalhadores tão respeitada ( pelo menos por mim), como a dos mergulhadores. No início foi uma transição difícil, mas hoje eles compreendem melhor que as mudanças eram inevitáveis. A substituição foi feita porque eles não podiam alcançar as profundidades de 1500, 2000, 3000 mts, muito comuns hoje em dia, nas operações envolvendo os ROVs. Em águas rasas, seus serviços continuam sendo muito utilizados*.
Existem muitas outras utilidades para o ROV, contudo, como eu trabalho na área de petróleo, este será sempre o foco principal deste meu blog.
O interesse que me levou à escrever sobre isto, foi o fato de eu nunca ter encontrado nenhum material a esse respeito, na língua portuguesa, durante os 18 meses que pesquisei, até conseguir entrar nesta área. Ao longo deste desenvolvimento, farei menção às fontes de pesquisa que eu encontrar no exterior. Na próxima postagem contarei um pouco sobre como descobri e decidi dedicar minha vida profissional ao ROV. Até breve! Boas operações!..[]´s
ROV de observação
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